ROUBARAM A MINHA IDEIA… ROUBARAM O MEU PROJETO… PARTE II

Na parte II desse artigo, abordaremos alguns aspectos para um melhor posicionamento diante de ‘Roubos de Ideias e de Projetos’.

Na parte I, ficou a pergunta: ‘mas como agir diante desse cenário’?

Um dos melhores jeitos de se prevenir um roubo é o silêncio; o famoso ‘em boca fechada, não entra mosquito’. Mas na prática nem sempre é possível. Contudo, limitar ao máximo a quantidade de pessoas com quem você compartilha seus projetos é uma forma de prevenção.

Mas o que fazer quando a gente vê o/a outro/a levando os créditos, os louros da vitória, pelas nossas ideias? Por aquilo que se gestou?

Alguns insights:

Diplomacia: antes de espalhar aos quatro ventos o quão traidor/a é a pessoa em questão, uma conversa franca – olho no olho, deixando bem definido que você sabe do ‘equívoco’ do roubo – pode ser o jeito de se reverter a situação. Seu/a colega pode se sentir constrangido/a, tentar corrigir o ‘erro’ favoravelmente ou simplesmente negar veementemente. Nessa última hipótese, só envolver um superior se você tiver provas irrefutáveis;

Envolvimento – política da boa vizinhança: propor sua efetiva participação no projeto. Daí a importância de passar a etapa anterior da maneira mais diplomática possível. Se você alimentar qualquer tipo de provocação antes disso, será praticamente impossível conviver com o/a colega que surrupiou sua ideia. Durante a execução do projeto, sem gerar desconforto na equipe, dê indícios sutis de que participou da elaboração inicial;

É o/a chefe? Sim, algo bastante comum que gestores se apropriem das ideias dos seus subordinados sem dar os devidos créditos. Diante disso, cuidados devem ser redobrados. Há inúmeros casos de pessoas que foram demitidas por reclamar dessa situação nos serviços de compliance e ouvidoria, por exemplo. O melhor é o envolvimento no projeto, dando sinais de sua participação no planejamento – sem nunca comprometer a reputação do/a chefe;

Mudança de postura/estratégias: se os créditos do projeto forem mesmo para outra pessoa e não se conseguir uma participação; infelizmente, o jeito é engolir e partir para uma próxima com muita cautela para não cair nos embustes e nas traições corporativas. Esqueçamos definitivamente a mania de sair contando ideias e projetos que passam por nossa cabeça. melhor esperar, amadurecer bem e compartilhar com quem se tem absoluta certeza da lisura e retidão.

Impossível colocar cadeado em ideias

O que empresas estão fazendo para minimizar roubos de ideias?

Investimento em Comunicação Interna: quando o colaborador conhece muito bem as regras da empresa em que trabalha; por consequência, sabe também do nível da sua responsabilidade com os valores corporativos dessa empresa. Assim sendo, as chances de ‘desvios de conduta’ ficam mais reduzidas. O colaborador sabe que se for pego burlando regras; em muitos casos, será demitido sumariamente. Regras foram feitas para serem cumpridas, e nós conhecemos essa verdade.

Canal formal para o registro de uma ideia: quando existe um programa inteligente para  acolhimento e formalização de uma ideia em uma empresa, onde oficialmente o colaborador pode declarar sua proposta, seu escopo inicial da ideia/projeto, o risco de ‘roubo’ é drasticamente reduzido.

Mudança de cultura organizacional: excelente iniciativa corporativa que visa deixar para trás hábitos e ações que já não condizem mais com a realidade da vida e muito menos com o mundo dos negócios. Assim, a implementação e a aplicação de novos parâmetros que irão nortear os novos rumos e decisões da empresa são alicerces fundamentais para coibir condutas fora das regras estabelecidas.

Enfim, provar que nossa ideia sua foi ‘roubada’ ou ‘apropriada’ indevidamente pelo seu colega de trabalho ou mesmo pelo seu chefe, não é tarefa fácil.  É uma ação arriscada, desgastante, que, muitas vezes, resulta em descrédito, arranhões na nossa imagem, e até um desligamento da equipe ou da própria organização.

Discordo da tese que diz: ‘quem rouba ideias não conseguirá sustentá-las, nem levar adiante um projeto que não é seu’. Balelas! Ao longo da vida, vi muito ‘ladrão de ideias’ se dar bem e  ficar com os louros da vitória. Ou seja, recebe o reconhecimento por algo bem feito quando, na realidade, não o fez…

Como diz o ditado, até um peixe se livra de confusão ao ficar de boca fechada!

Fontes: Exame – ElaborandoProjetos – Época Negócios